terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A democracia no cyber espaço

A internet passou a ser o maior e mais democrático meio de comunicação do planeta. Ela permite que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, publique sua opinião sobre o assunto que lhe convier. Melhor ainda para o jornalismo, ou para os jornalistas, que deixam de se submeter ao coronelismo que recai sobre as redações e encontram na NET espaço livre e independe para a sobrevida da verdade. Os sites e mais ainda, os blogs, surgiram como uma alternativa aos tradicionais veículos de comunicação e alforriaram os jornalistas da mordaça do sistema e da ditadura editorial que lhes são impostas. Nos EUA a internet já está ganhando dos jornais de circulação nacional, como fonte de notícias.

Infelizmente, os grandes veículos de mídia perderam a isenção e a independência editorial. Os jornais, hoje, ficam reféns do grande capital por uma questão até de sobrevivência. Sabendo disso os políticos, os grandes empresários e latifundiários, passaram a interferir na pauta dos mais importantes veículos de comunicação do país. E o seu compromisso que, por uma questão de princípios, deveria ser com a sociedade, se esvai e se transforma em pura subserviência a pequenos grupos políticos e a grandes corporações.

Um dos veículos que mais vêm recebendo críticas por adotar esse comportamento é a revista Veja. Como o semanário mais vendido do Brasil, ela ganhou o poder de interferir nos rumos da política, e mais ainda, na opinião pública. Até então não se tinha muito que fazer contra isso, já que era dela a voz e a vez. Mas eis que com o apogeu dos cyber espaços e com o acesso cada vez maior à internet, surge uma arma do povo, dos formadores de opinião, e da democracia, contra esse unilateralismo midiático.

Uma prova do poder da internet ocorreu comigo há duas semanas quando fui surpreendido com a aparição do meu blog num programa de TV em rede nacional. A apresentadora falava de um assunto que eu havia abordado nesse meu cyber espaço, e de repente eles mostraram a página da internet onde havia sido publicada a informação e que serviu de fonte para eles. Por aí dá para se ter noção da força desse instrumento, ou seja, um jornalista do interior sem grande expressão pautando um jornal de rede nacional.

O Orkut também se tornou uma grande arma a favor da democracia da informação, deixando de ser um mero site de relacionamento para constituir-se num importante sítio de manifestações das mais diversas áreas do pensamento por parte de seus usuários. Vêem-se ali diversos protestos, dos mais banais, aos mais contundentes. Uma boa prova disso é a cruzada encampada pelos Orkuteiros contra a Veja. Até o dia 06 de fevereiro foram encontradas no site, 45 comunidades que se opõem a revista ou à sua forma de fazer jornalismo. Ao todo, essas comunidades somam cerca de 90.838 membros, até o início desse mês. A favor da revista existem 11 comunidades, que juntas somam cerca 4.557 membros, perto cinco por cento daqueles que são contra ela.

Além do orkut, os sites de jornais independentes, e os blogs, também têm se unido na luta pela independência e pela isenção no jornalismo. Por meio deles é possível se obter uma variedade de versões e opiniões sobre o mesmo assunto. Não há ali uma tendência para um lado, ou para a banda dos que detêm o capital, porque esses espaços independem do dinheiro deles para sobreviver.

Pode-se dizer que os espaços cibernéticos são a melhor e mais nova maneira do jornalismo questionar o próprio jornalismo, e de o leitor poder ter acesso a várias versões do mesmo fato e formar a sua própria opinião a partir dos vários prismas da mesma notícia.

www.jornalistalucianosoares.blogspot.com

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Orkuteiros contra a Veja


O Orkut deixou de ser um mero site de relacionamento para constituir-se num importante sítio de manifestações das mais diversas áreas do pensamento, por parte de seus usuários. Em meio a diversos protestos, dos mais banais, aos mais contundentes, uma das vítimas desses “orkuteiros” é a revista Veja. Até o dia 06 de fevereiro foram encontradas 45 comunidades que se opõem a revista, assim como à sua forma de fazer jornalismo. Ao todo, essas comunidades somam cerca de 90.838 membros, até o início desse mês..

Nomes como: “EU ODEIO A REVISTA VEJA.”, “LEU NA VEJA AZAR O SEU.”, “NÃO VEJA A VEJA!”, “NEM VEJA, NEM LEIA!”, “REVISTA VEJA - EU CANCELEI!”, “REVISTA VEJA - NÃO COMPRE!”, “REVISTA VEJA - UMA VERGONHA!!!”, “VEJA QUE MENTIRA!!!”, “VEJA A VERGONHA JORNALÍSTICA!!!”, dão títulos à comunidades do Orkut que se unem contra a revista mais vendida do Brasil. E algumas delas fazem questão de reafirmar: “É a mais ‘vendida’ do Brasil...”. A montagem acima mostra algumas das ilustrações que simbolizam essas comunidades. A favor da revista existem 11 comunidades, que juntas somam cerca 4.557 membros, perto cinco por cento daqueles que são contra ela.

Alguns jornalistas já vêm durante algum tempo, denunciando a revista por aquilo que chamam de “antijornalismo”. Alguns blogs independentes também vêm criticando o semanário, principalmente pelo seu posicionamento político e, segundo eles, pela falta de isenção ao abordar certos assuntos.

O premiado jornalista Luís Nassif é um desses blogueiros. Ele vem publicando em seu blog o que chamou de “Dossiê Veja”: Trata-se de uma série de matérias que analisa a história da revista e os principais episódios protagonizados por ela. O trabalho é resultado de anos de pesquisa por meio do qual o jornalista faz um check-up do fenômeno chamado por ele de “antijornalismo”.

Curiosamente, se você digitar as palavras-chave, “Veja” e “Antijornalismo”, juntas na caixa de pesquisa de sites como o Google, uma infinidade de sítio e blogs, que de alguma forma falam desse assunto, aparecerá como resultado.

Em entrevista a revista Caros Amigos, Nassif fala que os diretores e editores da Veja descobriram que polêmicas envolvendo personagens conhecidos faz aumentar a vendagem da revista, e mesmo que a pessoa atingida entre na justiça e ganhe o processo, compensa pagar a indenização. “Você olha e vê prepotência, falta de escrúpulos, falta de respeito...”, diz o jornalista.

A internet passou a ser o mais democrático veículo de comunicação do planeta. Ela permite que qualquer pessoa publique sua opinião sobre qualquer assunto, em qualquer parte do mundo. Melhor ainda para o jornalismo, ou para os jornalistas, que deixam de se submeter à ditadura das redações, que por sua vez são subservientes aos grandes empresários, aos políticos e a poderosos, que passam a pautar os veículos de comunicação, que deles dependem.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Blog de Luciano Soares no TV Fama

Várias pessoas me ligaram durante a semana para falarem que viram o meu blog sendo citado no programa TV Fama, da Rede TV. O motivo foi a matéria publicada aqui, sobre a briga de Tom Zé com Caetano Veloso. Fico feliz ao sentir que esse humilde e democrático espaço, onde exponho minhas idéias, tem credibilidade na mídia nacional. Legal! Agora sou famoso, estou pensando até em gravar um funk.
Um abraço a todos!

2010 já começou


A corrida eleitoral para a presidência da República em 2010 é pauta quente no meio político brasileiro. Por enquanto, três nomes já estão entre os personagens do pleito do ano que vem: Dilma Rousseff (PT), José Serra e Aécio Neves, ambos do PSDB. No caso dos dois pretensos candidatos tucanos, esses terão que se transformar em um. Segundo a lei da lógica partidária, dois candidatos à presidência da República não ocupam o mesmo lugar num partido. Portanto, no espreme-espreme do PSDB, um vai ter que dar lugar ao outro, e essa é uma briga que está dando o que falar.

O PT vem apostando e construindo um dos poucos nomes que sobraram no partido para uma possível sucessão de Lula. Obviamente que entre os petistas há outras alternativas, como Eduardo Suplicy, Aluísio Mercadante e a própria Marta Suplicy, que recentemente perdeu a prefeitura de São Paulo, mas nenhum deles tem tanta proximidade no governo com o presidente quanto a ministra. Por mais que a lógica da transferência de votos possa não dar resultado, o PT ainda aposta que a ótima popularidade do presidente Lula vá refletir na candidatura de Dilma. Aliado a isso, o governo tem dado à ministra da Casa Civil o mérito da maternidade do PAC, e as inaugurações das obras do Plano têm se tornado um verdadeiro palanque eleitoral para Dilma, haja visto a gafe que a ministra cometeu em seu discurso durante um evento de vistoria de obras do PAC ao chamar a cerimônia de “comício”.

Mas a parte mais interessante dessa disputa política, por enquanto, está do outro lado. Aécio e Serra travam uma guerra fria na briga pela vaga a candidatura pelo seu partido, e revivem, no seio do PSDB, a “Política do Café com Leite”, quando na velha república, Minas e São Paulo se alternavam no comando do Palácio do Catete. E assim vai: De um lado o Governador de São Paulo trouxe o DEM, velho parceiro dos tucanos, para seu lado, ao apoiar a candidatura de Gilberto Kassab à prefeitura da Terra da Garoa. A atitude desagradou Geraldo Alckmin, pretenso candidato do PSDB ao mesmo cargo. Magoado com a bancada paulista, Alckmin vai para o lado de Aécio Neves. O governador de Minas, na contramão do ideário político nacional, faz aliança com o PT mineiro para apoiar a candidatura de Márcio Lacerda do PSB à prefeitura de BH.

A briga esquentou recentemente quando José Serra, num golpe de mestre, dá a Secretaria de Desenvolvimento do seu governo a Geraldo Alckmin. A jogada irritou Aécio que, além de perder um aliado, viu seu oponente crescer com um nome forte do partido ao seu lado. No dia da disputada posse do novo secretário, que contou com a presença da alta cúpula do PSDB e do DEM, Aécio Neves viaja para os Estados Unidos sem sequer se despedir do recém empossado ou daquele que o empossou.

A coisa vai ficando mais difícil para o governador mineiro na medida em que o PSDB nacional procura apoiar os candidatos do PMDB às presidências da câmara e do senado, e caso essa aliança entre PSDB e PMDB vingue, provavelmente os tucanos darão a vaga de vice, na disputa do pleito de 2010, a um candidato do PMDB. Isso seria ruim, inclusive, para o PT, que tem os peemedebistas como aliados desde o início do governo Lula, e isso se fortalece na pessoa do vice-presidente José Alencar. No caso da disputa de Serra contra Dilma, pode-se dizer que mais uma vez Minas briga com São Paulo, já que a ministra é mineira.

Sobre o destino de Aécio Neves em 2010, há as mais distintas e variadas apostas. Creio que dificilmente Aécio será o candidato do PSDB, por mais que haja prévias no partido. Serra, além de ter o apoio da cúpula tucana, tem boa vantagem nas pesquisas. Uma das saídas para Aécio seria desincompatibilizar-se do PSDB e lançar-se majoritariamente pelo PMDB, caso esse partido não feche com os petistas ou com os tucanos. Outra alternativa seria o próprio PSB, de Ciro Gomes e do prefeito eleito de Belo Horizonte, cuja vitória deve-se muito ao governador de Minas.

O próprio Aécio já admitiu a possibilidade de ele sair candidato a outros cargos, como senador, por exemplo, No entanto, abandonar o sonho de disputar a cadeira de Presidente da República - lugar que o avô conquistou, mas não ocupou - será, no mínimo, frustrante para o governador. Mas na política tudo pode acontecer. O melhor é aguardar os próximos capítulos dessa novela que está longe de ter um final que agrade a gregos e tucanos.

A magia do cinema


Imediatamente após sair do Center Cine, e hoje digo com orgulho, “do cinema de Oliveira”, onde fui assistir a tradicional sessão nostalgia de toda terça-feira, sento-me para escrever essas breves linhas. Geralmente escrevo nas terças, e quando o faço após a sessão de cinema, sinto que as idéias fluem mais rapidamente, a memória funciona melhor e a inspiração fica mais presente.

A arte nos proporciona isso. Ela nos leva a refletir sobre nós mesmos e isso facilita quando nos propomos a analisar as pessoas ou o mundo também. Sempre sinto que saio do cinema um pouco diferente de quando entrei, mesmo que o filme não seja tão bom. Talvez não saiba descrever exatamente o que é, mas posso dizer que é um estado de graça, um devaneio que choca com a realidade que deixei lá fora. Creio que é isso, entrar numa sala de cinema para assistir um filme é um afastar-se da realidade, ou enxergá-la sob outro ponto de vista. Estando ali, você não só vê, como se coloca sem querer no ambiente do filme. O cinema tem esse poder. Algo que não acontece quando você está assistindo um filme "em casa em casa. O escurinho, a telona, aquele som grave que nos penetra os ouvidos, e que , por sua vez, nos faz penetrar na tela e viajar nesse mundo alucinante que é o cinema.

Certa vez, quando devia ter os meus catorze anos, entrou em cartaz no Cine Vitória o filme "La Bamba". Fiquei alucinado. Tinha praticamente todas as músicas que formam a trilha sonora daquele filme. No início da minha adolescência era fanático com Elvis Presley e todos aqueles que fizeram parte do movimento Rockabilly: Bill Haley, Jerry Lee Lewis, Johnny Cash, entre outros, e o próprio Ritchie Valens, cujo filme é baseado na sua história. Naquele dia liguei para todos os meus amigos, e por incrível que pareça não consegui falar com nenhum. Queria que eles também fossem, afinal, eles também curtiam o rock dos anos 50. Quando cheguei ao cinema o filme já havia começado. Aquela obra me remeteu há um tempo e espaço que sempre habitaram o meu imaginário quando ouvia as músicas. Ao final da sessão, quando as luzes foram acesas, descobri que todos os meus amigos estavam lá. Chegaram uma hora antes do início e, segundo os próprios, sentiram a mesma coisa que eu.

Sinceramente, não me agradam os filmes comerciais, ou Hollywoodianos, por mais bem produzidos que sejam, tem sempre alguma coisa de Sessão da Tarde, cheios de clichês e estereótipos. Na medida do possível tenho assistido alguns filmes não-americanos. Os iranianos são ótimos. Uma boa dica é Fora do Jogo. O filme conta a história de meninas fanáticas por futebol que são proibidas de entrar no estádio para ver o jogo Irã e Bahrein, que definiria a classificação do país para a Copa da Alemanha, em 2006. Aproveito para dar outras dicas então: “A Banda”, co-produção de Israel, França e EUA. Perfeito. Uma pequena banda da polícia egípcia chega a Israel para fazer uma apresentação. Porém, são esquecidos no aeroporto e vão parar numa pequena e quase esquecida cidade israelense, em algum lugar no coração do deserto; “A Culpa é do Fidel!”. Produção francesa. A mudança para o Chile, do recém-eleito Salvador Allende, muda por completo os hábitos da família da pequena Anna, de nove anos, que se opõe às idéias dos barbudos comunistas que freqüentam a sua casa; Banheiro do Papa”, co-produzido por Brasil, Uruguai e França. O Papa está prestes a chegar à pequena cidade de Melo, na fronteira do Brasil com o Uruguai. Querendo faturar em cima do movimento que o evento trará, um contrabandista decide construir um banheiro; Lemon Three, co-produção de Israel, Alemanha e França: Uma viúva Palestina vê sua plantação de limões ser ameaçada quando o Ministro de Defesa de Israel se muda para a casa ao lado. A Força de Segurança Israelense logo declara que os limoeiros de Salma colocam em risco a segurança do ministro e por isso precisam ser derrubados. Salma leva o caso à Suprema Corte de Israel para tentar salvar a plantação.

É isso aí, a arte para mim é tão essencial quanto um prato de comida. Ela é a afirmação de que tão importante quanto a nossa capacidade de raciocínio, é a certeza de que somos capazes de nos emocionar.