terça-feira, 24 de março de 2009


Começou a corrida do governador de Minas pelo país em busca de apoio à sua candidatura a Presidência da República em 2010. A primeira parada foi no estado de Pernambuco com o pretexto de prestigiar o lançamento do livro “Tancredo e a transição democrática”, do ex-deputado Fernando Lyra. Na capital pernambucana, Aécio montou uma agenda política que incluiu um almoço com os 12 deputados estaduais e federais do partido em Pernambuco, um encontro com os 20 prefeitos tucanos, a inauguração do auditório Ruth Cardoso, e um jantar com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

O problema da sua estada em Pernambuco foi o seguinte: Sabe aquele cara da sua turma, mas que é o seu rival, e que ta dando em cima da menina que é seu affair? E de repente você organiza uma festa para tentar dar o bote no broto, chama a turma toda e convida o indivíduo só por educação, e de repente o cara resolve aparecer? Então, ao que tudo indica foi o que aconteceu com Aécio. O governador de Minas fez aquele convite formal ao tucano José Serra, só para cumprir um protocolo político e posar de gentleman, provavelmente achando que ele não ia, mas o homem resolveu aparecer.

Esperteza de um lado, astúcia de outro... Aécio sabia que o evento seria uma grande oportunidade para dar início à sua busca por apoio de membros do partido nas possíveis prévias, tão defendidas por ele. Mas, Serra, que não é bobo nem nada, sabia que dar esse espaço para o seu oponente na disputa pela vaga do PSDB à presidência em 2010 seria um erro, por isso deixou o orgulho de lado e foi defender o seu espaço também. No final, nenhum dos dois "beijou a menina".

Essa disputa pela vaga no PSDB faz lembrar as eleições norte-americanas em que há a escolha de um, entre os candidatos a candidato. Resta saber quem, no final, será Obama e quem será Hillary, brasileiros. No momento a maior adversária dos tucanos para o pleito de 2010, por enquanto, não é a Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT na sucessão de Lula, mas a própria indefinição do partido.

Havia, em meio à cúpula do PSDB e do próprio DEM, uma explícita tendência serrista em relação ao pleito de 2010, mas Aécio bateu o pé e endureceu o discurso contra aqueles que se opunham à sua candidatura ou às prévias sugeridas por ele: "Não se constrói um projeto para o País de alguns gabinetes ou da Avenida Paulista”, bradou o governador. Depois que Aécio resolveu arregaçar as mangas e mostrar que não estava de brincadeira, as opiniões parecem ter se abrandado. Por exemplo, a Folha de 12 de março publicou em seu site a matéria: “DEM recua e admite apoio a Aécio Neves nas eleições de 2010". Em dezembro de 2008 vários sites publicaram a seguinte notícia: “Ao lado de Aécio, FHC concorda com as prévia no PSDB”.

O governador de Minas parece estar ganhando as primeiras batalhas, mas está longe de vencer a guerra. Serra lidera as pesquisas de intenção de voto no país. Outros números divulgados pelo Instituto Datafolha na semana passada mostram que, sem Aécio, Serra tem apoio de 40% dos eleitores mineiros. Já em São Paulo, sem Serra na disputa, Aécio tem 14% das intenções de voto dos paulistas, ficando atrás de Ciro Gomes (PSB), com 24%, dos brancos e nulos, 23%, e de Heloísa Helena (Psol), que somou 19%.

Independente dos resultados das pesquisas, os dois possíveis candidatos tucanos vão a campo e não perdem tempo. E tanto em Minas, quanto em São Paulo, as propagandas institucionais dos dois governos estão a todo vapor. Do lado de cá, o vice-governador Antônio Anastásia tem viajado pelo interior do estado divulgando o tão falado “Choque de Gestão”, aplicado por Aécio no início do seu governo. Anastasia estará em Oliveira nesta sexta-feira para falar do mesmo assunto. Como o tema da palestra do vice-governador é homônimo à grande bandeira de Aécio, não dá a impressão de que essas andanças é uma campanha antecipada e que a palestra tem nas suas entrelinhas algo como: "Vote Aécio Presidente 2010?
Sabe quando o cara vai numa festinha escondido da esposa e encontra com uma velha conhecida, e de repente aparece aqueles fotógrafos pedindo para tirar uma foto para colocar num desses sites que fazem cobertura de eventos, e o sujeito fica todo desconcertado? Sabe que vai queimar o filme dele, mas fica sem jeito de falar não.

É o que tá parecendo essa foto pela cara do Serra.

Se existe direita radical e raivosa, esse Reinaldo Azevedo é a própria.

terça-feira, 17 de março de 2009

Abelha atleticana



Pesquisador da FMG batiza abelha “atleticana. A publicação de matéria na revista Zootaxa, publicada na Nova Zelândia, sobre o biólogo da UFMG André Nemésio, especialista em abelhas da subtribo Euglossina, que identificou sete novas espécies de abelha da mata atlântica, denominando uma delas como Atleticana, ganhou repercussão em diversos outros veículos de comunicação de todo o mundo.A pesquisa faz parte do trabalho de doutorado do biólogo, que é torcedor do Clube Atlético Mineiro. Ele foi entrevistado pela equipe da revista Zootaxa, uma das publicações mais conceituadas no tema taxonomia - ciência que descreve espécies. "O padrão de listras pretas e douradas do corpo da abelha lembra o padrão de listras da camisa do Galo. Daí o nome mineiro - apesar de a espécie ter sido descoberta na Bahia", justifica.

Fonte: http://www.ufmg.br/online

sexta-feira, 13 de março de 2009

Estupros, abortos e excomunhões

O caso da menina de 9 anos que passou por um processo de aborto após ser estuprada pelo padrasto em Pernambuco causou revolta e indignação, não apenas pelo fato em que se vira acometida a menina, mas também pelo posicionamento da igreja sobre o acontecido. Após o aborto, médicos que participaram do procedimento e a mãe da menina foram excomungados pela igreja Católica, a partir de uma decisão tomada pelo arcebispo de Olinda e de Recife, Dom José Cardoso Sobrinho. Ao justificar sua ação, o arcebispo disse que, aos olhos da Igreja, o aborto foi um crime e que a lei dos homens não está acima das leis de Deus.

A Igreja Católica incluiu o aborto provocado no rol dos pecados que implicam excomunhão automática por entender que é um crime contra a vida especialmente grave, pois atenta contra um ser humano indefeso.

Aí começam a surgir as seguintes indagações: Por exemplo: Recentemente a imprensa noticiou o caso do assassino da menina Miriam Brandão, morta na década de 90, que agora, livre, e com a pena extinta, virou pastor. Nesse caso também se trata de um crime contra a vida, com requintes de crueldade, contra uma menina indefesa. Ao que parece, além de ter sido perdoado pela lei dos homens, também teve a misericórdia da “Lei de Deus”. O padrasto que violentou a menina também não foi excomungado. Assassinos de toda espécie, estupradores e pedófilos também não têm sofrido a pena máxima da Igreja Católica.

Há na internet um fórum de discussões sobre o caso, e a decisão da igreja tem suscitado várias questões. Um dos internautas escreveu: “Já pensou se Deus pensasse como a igreja? No céu teriam muitos pedófilos e estupradores, e no inferno, médicos e meninas abusadas.” Outro diz: “Bem vindo a 2009, o ano da volta da Inquisição”.

À parte os exageros, decisões como essas acabam por trazer à tona erros históricos cometidos pela Igreja Católica, como a Inquisição por exemplo. Ademais, umas das questões que mais têm causado revolta nas pessoas, é o fato de a igreja ter se engajado tanto no caso dessa menina e ter sido omissa em seus casos internos de pedofilia. É claro que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas creio que são pecados graves e deverão ser julgados a partir do mesmo principio da moral e da ética universais. Condenar um e absolver outro é no mínimo controverso.

Acredito que a igreja não tem culpa pelos casos de pedofilia que envolve seus representantes, e nem essa menina tem culpa de ter sido violentada e engravidada pelo próprio padrasto.

Qualquer outra decisão que não fosse a de interromper essa gravidez seria irracional. Sobre os preceitos da igreja, considero-os conservadores, para não dizer ortodoxos. Não dá para conservar-se em dogmas medievais e não atualizar-se, nem que seja minimamente, para estabelecer-se num mundo que passou por tantas mudanças. É uma ignorância não levar em consideração a vida dessa menina em um momento como esse, e a igreja só faz piorar a situação ao levantar essa polêmica que provavelmente chegará aos ouvidos dessa criança já traumatizada.

Não sou a favor do aborto deliberado, mas em casos extremos como esses, há que se tomar decisões extremas. Assim, portanto, considero correta a atitude da família e dos médicos de salvar a vida dessa menina. Caso a gravidez fosse levada a diante e a menina sobrevivesse ao parto, de qualquer forma a sua vida estaria ceifada por um trauma psicológico, provavelmente irreversível, ao ter que dividir-se entre bonecas e dois bebês por ela concebidos. Sobre as excomunhões, creio que a misericórdia de Deus não pode ficar nas mãos de homens, que, como tais, são passíveis de erros como qualquer outro ser humano.