No meu último artigo teci comentários otimistas sobre o desenvolvimento econômico do país, as perspectivas de um futuro próspero, e o fato de o país ter sido escolhido como sede de uma olimpíada e de uma copa do mundo já na primeira metade da próxima década. No entanto, analisando os últimos episódios ocorridos na política e numa universidade brasileira, me vêm as dúvidas se nós realmente estamos preparados para esse futuro.
Aquela imagem nojenta de políticos recebendo propinas exibidas por vários veículos de mídia, reabriram a velha ferida desse país. A corrupção, juntamente com os problemas de ordem econômica e social, são os grandes desafios desse país há séculos. Quando se imagina que o Brasil criou músculos para caminhar com as próprias pernas, sem depender mais de FMI e outros remédios, eis que a velha chaga se vê novamente aberta e nos deixa a dúvida se nós realmente estamos preparados para administrar toda a riqueza que devemos produzir nos próximos anos.
Outra questão é a educação. Os últimos resultados divulgados pelo IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) não são nada animadores. Sobre a educação média, a violência tem marcado mais os alunos do que o próprio conhecimento. Nos cursos superiores, a mediocridade é marca quase comum da massa universitária.
O episódio da moça que foi hostilizada por colegas na UNIBAN mostra bem o ideário de big brother que habita a cabeça desses jovens. Um monte de cérebro cheios de preconceitos, hipocrisia, falso moralismo, movidos por um inconsciente coletivo que deveria ter terminado lá na época de Cristo, quando esse precisou dizer a um bando de hipócritas que atirassem a primeira pedra na mulher adultera aquele que não tinha nenhum pecado. Pelo jeito a cabeça do ser humano continua absorvendo o fútil e fechando-se ao conhecimento que o libertaria da própria ignorância de que é vítima.
Há algum tempo um grupo de formandos em medicina invadiu um hospital escola soltando bombas no lugar que lhe serviu de base para o seu aprendizado, e que provavelmente poderia ser seu ambiente de trabalho a partir dali. Provavelmente esse monte de vândalos estão nos consultórios exercendo a profissão. O que se pode esperar desse tipo de profissional. O que poderemos esperar desses estudantes que agem como animais, jogando pedra numa pessoa, pelo simples fato de ela estar usando um vestido curto. Roupa que se mais curta fosse, mostraria algo que certamente teria mais conteúdo que o cérebro daqueles que a hostilizava.
O que se pode esperar de um país que ensaia a sua pré-estréia de superpotência mundial, se aqueles que cuidam do nosso patrimônio se mostram cada vez mais corruptos incorrigíveis. Todas estas situações nos fazem pensar se nós realmente estamos preparados para colher aquilo que vimos plantando a anos. Um país que se viu envolto em toda a sorte de pragas e tempestades, precisa se preparar para a bonança. Ela pode ser negativa, se não soubermos administrá-la.
Uma coisa é certa, só o investimento em educação pode nos dar base para um desenvolvimento, não só econômico, mas também moral, intelectual e em conseqüência disso, com justiça social. Aí vem mais um ano político, e o caso da propina no Distrito Federal é uma prova de que nós, definitivamente, não estamos preparados para escolher nossos representantes, já que o principal envolvido no caso, já é um político com problemas morais recorrentes. Quanto a isso, tem certa parcela de culpa, a grande mídia, principalmente a grande rede de TV, que aproveita da vácuo cerebral dos seus telespectadores para infiar-lhes pelo cabeça um monte de lixo e de mentiras, que no fundo no fundo, só beneficiam os poderosos, que se perpetuarão no poder enquantp não houver um povo capaz de rechaça-los de lá, cada vez que cometerem um delito, como os que se multiplicam no fechar das portas.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário