As evidências continuam. A preocupação americana com a independência da América Latina quanto aos seus domínios é nítida. Quando Bush tirou, por alguns minutos, os olhos do Iraque e voltou-se para a South América, viu dois índios fazendo e acontecendo por aqui. Coçando a orelha, pensou: Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa. Calma lá, vamos ver quem é que manda nesse quintal.
Daí por diante a coisa aconteceu assim:
No dia 11 de janeiro o presidente venezuelano, Hugo Chaves, consegue a libertação das reféns Clara Rojas e Consuelo González, seqüestradas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. No final do mesmo mês a Secretaria de Estado dos Estados Unidos, Condeleeza Rice, visita a Colômbia e reuni-se com autoridades militares. Entre os temas da conversa estão: o combate às Farc e a polêmica com a Venezuela. – É preciso lembrar que o governo da Colômbia possui fortes relações com os Estados Unidos e conta com um apoio bilionário em armamentos (cinco bilhões de dólares nos últimos anos).
No dia seguinte à visita de Condoleezza Rice à Bogotá, o presidente Chaves declara que os EUA e a Colômbia estavam criando um clima de guerra contra seu país.
Em 1º de março o Ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, anuncia à imprensa que uma ação conjunta do exército e da polícia matou o número 2 das Farc, Raúl Reyes. O ministro admitiu que o guerrilheiro foi morto dentro do território equatoriano, a 1.800 metros da fronteira com a Colômbia. Alegou que o ataque partiu do território colombiano, mas disse que pós o ataque militares colombianos entraram no país vizinho para recolher os corpos, garantir a segurança da área e neutralizar o inimigo. – As Farc surgiram com a guerra civil da Colômbia, que prolonga-se há 60 anos. Na época, o assassinato de Jorge Gaitán, planejado por um agente da CIA, provocou uma revolta popular, o Bogotazo, e situação se agravou depois que o governo promoveu um massacre generalizado de comunistas e outras lideranças populares. Um ano depois, o jovem Marulanda, então com 19 anos, formava seu grupo de guerrilha que hoje são as Farc, com um contingente avaliado em 17.000 guerrilheiros.
- Em 4 de março, terça-feira, o Equador acusa a Colômbia, na Organização dos Estados Americanos (OEA), de ter realizado uma "violação planejada e premeditada" de sua soberania. Disse ainda que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, mentiu na versão que apresentou dos fatos que levaram à morte do líder guerrilheiro colombiano em território equatoriano.
Na mesma data o governo colombiano assegura ter encontrado uma carta que compromete Chávez com o financiamento de US$ 300 milhões para a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. O documento, segundo Álvaro Uribe, teria sido encontrado em um computador, achado no local em que morreu o número dois dessa guerrilha.
Em meio à crise Chaves chama o governo colombiano de “lacaio” dos Estados Unidos. O presidente equatoriano, Rafael Correa, disse que não aceitaria a violão da soberania do Equador pela Colômbia quando esta invadiu o espaço aéreo de seu país. O presidente Bush apóia a ação colombiana no Equador. Correa responde às declarações do presidente americano: "Que o senhor Bush traga seus soldados, que seus soldados morram na fronteira colombiana! Vamos ver se os cidadãos dos Estados Unidos aceitam tamanha barbaridade. Se não, cale a boca e vê se entende o que está acontecendo na América Latina", disparou.
Felizmente a crise acabou sendo resolvida pelas vias diplomáticas depois de um pedido de desculpas do presidente colombiano. Mas ficam as perguntas: Porque esse bombardeio logo agora que as libertações de reféns pelas Farc estavam em curso e as negociações vinham obtendo resultados positivos? Porque só a Colômbia destoa do pensamento político e econômico Latino Americano? Porque colocar Venezuela e Cuba na lista de países terroristas se nenhum dos dois sequer dispararam um tiro contra os Estados Unidos ou qualquer outro país? Porque a Secretaria de Estado, Condoleezza Rice tem andado tanto pela América Latina? Será que os EUA cansaram do Iraque?
Com a palavra o Senhor da Guerra, George W. Bush.
Daí por diante a coisa aconteceu assim:
No dia 11 de janeiro o presidente venezuelano, Hugo Chaves, consegue a libertação das reféns Clara Rojas e Consuelo González, seqüestradas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. No final do mesmo mês a Secretaria de Estado dos Estados Unidos, Condeleeza Rice, visita a Colômbia e reuni-se com autoridades militares. Entre os temas da conversa estão: o combate às Farc e a polêmica com a Venezuela. – É preciso lembrar que o governo da Colômbia possui fortes relações com os Estados Unidos e conta com um apoio bilionário em armamentos (cinco bilhões de dólares nos últimos anos).
No dia seguinte à visita de Condoleezza Rice à Bogotá, o presidente Chaves declara que os EUA e a Colômbia estavam criando um clima de guerra contra seu país.
Em 1º de março o Ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, anuncia à imprensa que uma ação conjunta do exército e da polícia matou o número 2 das Farc, Raúl Reyes. O ministro admitiu que o guerrilheiro foi morto dentro do território equatoriano, a 1.800 metros da fronteira com a Colômbia. Alegou que o ataque partiu do território colombiano, mas disse que pós o ataque militares colombianos entraram no país vizinho para recolher os corpos, garantir a segurança da área e neutralizar o inimigo. – As Farc surgiram com a guerra civil da Colômbia, que prolonga-se há 60 anos. Na época, o assassinato de Jorge Gaitán, planejado por um agente da CIA, provocou uma revolta popular, o Bogotazo, e situação se agravou depois que o governo promoveu um massacre generalizado de comunistas e outras lideranças populares. Um ano depois, o jovem Marulanda, então com 19 anos, formava seu grupo de guerrilha que hoje são as Farc, com um contingente avaliado em 17.000 guerrilheiros.
- Em 4 de março, terça-feira, o Equador acusa a Colômbia, na Organização dos Estados Americanos (OEA), de ter realizado uma "violação planejada e premeditada" de sua soberania. Disse ainda que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, mentiu na versão que apresentou dos fatos que levaram à morte do líder guerrilheiro colombiano em território equatoriano.
Na mesma data o governo colombiano assegura ter encontrado uma carta que compromete Chávez com o financiamento de US$ 300 milhões para a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. O documento, segundo Álvaro Uribe, teria sido encontrado em um computador, achado no local em que morreu o número dois dessa guerrilha.
Em meio à crise Chaves chama o governo colombiano de “lacaio” dos Estados Unidos. O presidente equatoriano, Rafael Correa, disse que não aceitaria a violão da soberania do Equador pela Colômbia quando esta invadiu o espaço aéreo de seu país. O presidente Bush apóia a ação colombiana no Equador. Correa responde às declarações do presidente americano: "Que o senhor Bush traga seus soldados, que seus soldados morram na fronteira colombiana! Vamos ver se os cidadãos dos Estados Unidos aceitam tamanha barbaridade. Se não, cale a boca e vê se entende o que está acontecendo na América Latina", disparou.
Felizmente a crise acabou sendo resolvida pelas vias diplomáticas depois de um pedido de desculpas do presidente colombiano. Mas ficam as perguntas: Porque esse bombardeio logo agora que as libertações de reféns pelas Farc estavam em curso e as negociações vinham obtendo resultados positivos? Porque só a Colômbia destoa do pensamento político e econômico Latino Americano? Porque colocar Venezuela e Cuba na lista de países terroristas se nenhum dos dois sequer dispararam um tiro contra os Estados Unidos ou qualquer outro país? Porque a Secretaria de Estado, Condoleezza Rice tem andado tanto pela América Latina? Será que os EUA cansaram do Iraque?
Com a palavra o Senhor da Guerra, George W. Bush.
Luciano Soares