O conceito de cultura pode ser explicado de várias maneiras. A cultura existe desde que o homem é homem, ou que o homem era macaco. Os hábitos adquiridos pelo ser humano, por instinto, necessidade de facilitar a vida ou por questão de sobrevivência, podem ser considerados hábitos culturais. Na medida em que o homem começa a se socializar e viver em grupos, esses hábitos passam a ser comuns entre os indivíduos e muitos deles viram regras.
A partir do momento em que os grupos sociais adquiriram o hábito de usar ferramentas, algumas delas feitas de ossos ou pedras, por conseqüência, a cultura passa a ser instrumentalizada, e a partir desses instrumentos buscou-se facilitar a vida das pessoas. E é à melhora da qualidade de vida dos grupos sociais que a cultura está atrelada há milênios. A partir do momento em que algum instrumento ou hábito, como a agricultura, são criados e imitados por outras pessoas ou outros grupos, cria-se uma cultura.
Cultura, portanto, não se trata apenas de atividades que tenham apelos necessariamente artísticos, folclóricos ou religiosos. Ela está diretamente ligada aos hábitos que passam a ser comuns a certo grupo de pessoas. Muitas vezes o ofício também pode ser considerado uma cultura, por exemplo, a arte de fazer algum tipo de alimento ou artesanato, comuns a certa região. Aí, é claro, isso tem que estar ligado a um conhecimento que é passado de geração a geração.
Cultura nada mais é que uma carga de conhecimentos transmitidos por meio da tradição oral ou por hábitos. Essa tradição, ou esses hábitos, passam a identificar uma cidade ou um lugar qualquer. Pode-se definir cultura por tudo aquilo que identifica um lugar ou um povo.
Quando há um desvirtuamento dessas tradições, ou seja, quando a cultura enraizada começa a receber elementos de outra cultura, que não diz respeito à tradição local, fatalmente essa cultura vai se enfraquecer. Contra isso foram criados mecanismos como, por exemplo, o tombamento, cujo intuito é proteger o patrimônio histórico. Mas é preciso saber que ele não se limita apenas aos bens imóveis, abrange também o chamado patrimônio imaterial, como por exemplo: o congado, a dança, as festas, a música e, principalmente, o conhecimento que é passado de geração para geração.
Muitas vezes, com o intuito de querer melhorar ou modernizar certa tradição, as pessoas acabam contribuindo para o seu fim, na medida em que se modifica velhos hábitos, que de tal importância, passam a ser referência cultural de um lugar. Incorporando novos elementos a certa tradição, algo que não fez parte da história ou da sua evolução natural de certa cultura, é atentar contra a própria qualidade de vida das pessoas. Essa reflexão parte do princípio de que os hábitos criados através do tempo pelos grupos sociais, como dito anteriormente, estão diretamente ligados à busca do homem por uma vida melhor. Não se dança, toca tambor ou se faz teatro, simplesmente, para aparecer ou porque é bonito. A cultura é uma necessidade expressa do homem.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário