Com salários míseros, escolas em péssimo estado de conservação e precárias condições de trabalho. É esse o cenário que o professor encontra para executar uma das mais importantes atividades do país: educar.
É um egoísmo da parte de quem critica a greve dos professores, com uma visão minimalista de quem não consegue fazer uma reflexão mais profunda do problema. Não se pode apontar o efeito sem analisar a causa.
Há quanto tempo a classe não recebe aumento. Se o profissional da educação não é valorizado, desvaloriza-se também a própria educação. Achar que a volta dos professores às salas de aula resolverá o problema é uma ilusão.
Nossos professores são bons? Não possa afirmar, mas se não são, serão substituídos por quem? Que maluco vai investir uma grana preta na sua formação superior para depois receber uma merreca do governo?
Se se paga bem, claro que fica fácil encontrar bons profissionais no mercado, em qualquer área, mas se não há uma boa oferta salarial, tem-se que se submeter ao profissional que aceitar aquela remuneração, por pior que seja. Não que os professores da ativa são ruins, mas se a coisa continuar assim, haverá uma tendência a isso.
Antes de tudo, reivindicar melhores salários para os professores é cobrar maiores investimentos em educação. É assim que essa questão precisa ser enxergada. Por isso, pais, alunos e toda a sociedade precisam abraçar essa causa como se fossem suas, por tratar-se de uma questão que afeta a todos.
O pior de tudo é quando você tem um governo, que apesar de também ser um educador, não consegue enxergar a educação como uma questão de saúde e segurança públicas, de qualidade de vida e de crescimento cultural de todo o país, a partir do desenvolvimento intelectual das pessoas que o formam.
Por outro lado, tem-se uma mídia comprometida econômica e politicamente com o governo. Uma imprensa que omite os fatos e procura macular o movimento grevista, publicando argumentações pequenas perto da grandeza da causa que motiva essa greve.
Dar aumento aos professores é uma medida necessária, cujos resultados virão em longo prazo, no entanto, tem que ser feito já. E esse aumento deve vir somado à investimentos na infraestrutura das escolas, e na própria consciência das pessoas de que, no futuro, a profissão de educar voltará a ter a romântica missão de ensinar e a real possibilidade de ser bem pago por isso.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
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