quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Uma nova chance

Desde a criação do Código de Hamurabi, escrito aproximadamente em 1700 a.C, das escrituras hebraicas, por volta de 1230 a.C, passando pela Lei das Doze Tábuas, que está na origem do direito romano, preparada entre 451 a.C. e 450 a.C, que o homem procura estabelecer normas, seja para harmonizar o convívio, para impor preceitos morais ou religiosos, para explorar seus semelhantes ou mesmo para garantir o direito do outro.

Em meio a todas essas leis, que obviamente variaram no tempo e no espaço, está o frágil ser humano. Um animal dotado de raciocínio, que ora se apresenta brilhante, e noutro momento, confuso e perturbado. O ser humano nasce, cresce e constrói seu caráter com base no seu meio de convívio, na cultura ali estabelecida, em suas vocações e desejos, e nos seus instintos naturais, inexplicáveis, às vezes, até pela ciência.

Foi do encontro dessas normas com o homem instintivo que nasceu o cárcere. Na barbárie histórica dos tempos. Entre calabouços, masmorras, guilhotinas, forcas, cadeiras elétricas e carandirus, há um grande desafio a ser vencido: a coragem de dar ao contraventor uma nova chance. Mais do que um ato de altruísmo, de humanidade, é um tabu a ser quebrado por aqueles que se negam a adotar a tortura, física ou psicológica, como forma de punição. Se imaginarmos que, por si só, a supressão da liberdade já é uma forma de tortura, devolver esse cidadão ao convívio em sociedade passa a ser tarefa quase impossível.

Texto: Luciano Soares.

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