domingo, 25 de outubro de 2009

NAQUELE 26 DE OUTUBRO DE 1959

Visto que querem nos derrotar por meio do terror e da fome, apenas temos uma alternativa: defendermos a Pátria

• EM frente do Palácio Presidencial, mais de um milhão de cubanos se tinha reunido naquele 26 de outubro de 1959.

Fidel chegou às 16h18, num helicóptero que sobrevoou essa área da cidade e aterrissou finalmente em frente da Iglesias del Ángel, a um lado do Palácio Presidencial. Sua chegada provocou o frenesi popular. Logo depois, saiu ao terraço norte para presidir o ato, que durou algumas horas, enquanto o clamor popular exigiu constante e veementemente: Paredão!, em clara alusão à necessidade de acirrar o enfrentamento à contrarrevolução.

A indignação pelo covarde ataque aéreo de Díaz Lanz, pelas ações terroristas em execução e pela traição de Hubert Matos despertaram o fervor revolucionário. Os operários proclamaram sua determinação de doar um dia de salário para financiar a compra de armas para defender a Revolução.

Nessa noite, a voz de Camilo e seu discurso aceso, virtualmente seu testamento revolucionário, foi uma denúncia contundente à traição.

A contrarrevolução e o próprio Hubert Matos recorreram às insinuações ou mentiras mais inescrupulosas para criar dificuldades à Revolução, acusando-a de assassina. O fato verdadeiramente insólito era que elaborassem o dossiê da criminalidade dos revolucionários cubanos, quando todos eles, particularmente, Hubert Matos, sabiam com a escrupulosidade que sempre se agiu no tratamento aos prisioneiros e no respeito físico ao inimigo derrotado. Isto explica por que o Che denunciou perante o povo que, ao amparo da liberdade de imprensa e de expressão, a esposa de Hubert Matos tinha publicado uma carta onde insinuava que este seria assassinado numa cela:

(...) Nunca matamos um só prisioneiro de guerra nos momentos mais difíceis. Agora somos acusados de tentativa de assassinato numa cela, de tentativa de assassinato a quem poderíamos levar ao paredão por traidor à Revolução.

Para Raúl, apenas findava um capítulo do filme Três Mosqueteiros: Díaz Lanz, Urrutia e Hubert Matos. Denunciou que, enquanto a contrarrevolução se tornava mais agressiva e perigosa, a punição judicial dos convictos de terrorismo e subversão era lento demais. Em suas palavras finais pediu a Fidel que lembrasse a reinvindicação popular de "sacodir a árvore", referindo-se à necessidade de depurar as estruturas do governo de contra-revolucionários e timoratos.

Fidel anunciou a criação das Milícias Nacionais Revolucionárias (MNRs). Pouco depois da vitória da Revolução externou a determinação de treinar militarmente o povo, se necessário, para defender a Revolução. Em março de 1959, a partir de uma iniciativa do Círculo dos Trabalhadores de San Antonio de los Baños de reunir, em pelotões de milícias, operários, camponeses, estudantes, profissionais e donas-de-casa para protegerem locais de trabalho e centros educacionais da incipiente atividade contra-revolucionária, a formação de embriões das que chegariam a ser as MNRs se espalhou por todo o território nacional. No final de agosto, na gruta de Santo Tomás, surgiu o primeiro e emblemático pelotão de milícias camponesas: Los Malagones. Na verdade, eram 12 camponeseses da província de Pinar del Río, os quais tinham a missão de desmantelar, após um rápido treinamento militar, o bando do ex-cabo Luis Lara Crespo, criminoso da tirania de Fulgencio Batista, condenado à morte e foragido da justiça revolucionária. Fidel lhes tinha dito que se triunfavam, então haveria milícias em Cuba. Numa vintena de dias, o bando de Lara era história.

A Revolução recorreu nessa noite à democracia direta e o povo aprovou o endurecimento d a legalidade para se defender diante da barbárie contrarrevolucionária e da traição.

"Visto que temos que defender a Pátria da agressão — disse Fidel em seu discurso —, visto que estão nos bombardeando, visto que querem nos derrotar por meio do terror e da fome, apenas temos uma alternativa: defendermos a Pátria, e nós somos homens que cumprimos o nosso dever." (Extraído do livro "Gobierno Revolucionario Cubano, primeros pasos", de Luis M. Burch e Reinaldo Suárez).

Fonte: www.Granma.cu

Um comentário:

Giu disse...

Amigo Tchá,
acompanhando de perto teu blog. Peço fé na revolução e no paradoxo que acabei de produzir. Abraço