Havia sobre nós o velho estigma
de subdesenvolvidos, malandros, desorganizados, incapazes, atrasados e mal
educados. Tínhamos uma autoestima tão deteriorada que nós nos reconhecíamos em
todos esses adjetivos e nos acomodávamos sobre um enraizado complexo de
vira-latas e sobre a esperança de que o Brasil era o país de um futuro que
nunca chegava. Uma das poucas coisas que levantava o nosso moral era o fato de
sermos o único país a participar de todas as copas, período no qual faturamos cinco
títulos e nos tornamos os maiores campeões mundiais de futebol.
Desde que o Brasil conquistou seu
último mundial, em 2002, na Copa realizada no Japão e Coreia do Sul, muita
coisa mudou. Em doze anos, o brasileiro experimentou mudanças nunca antes imaginadas
num período tão curto, quando pôde acreditar que o futuro finalmente começava a
lançar sua luz sobre o horizonte tupiniquim. De repente, as pessoas deixaram de
escutar o desagradável barulho das máquinas de remarcar preços nos
supermercados, a renda melhorou, o povo começou a ter acesso a bens duráveis,
ao carro novo, à casa própria, às universidades e às viagens de avião. Chegamos
ao posto de quinta economia do mundo.
Embora tenhamos muito a caminhar
em direção a esse futuro, principalmente no que diz respeito à saúde, educação,
segurança e infraestrutura; ainda que estejamos muito atrasados no campo da
política, cujo sistema é cheio de vícios e atalhos para a corrupção; mesmo que necessitemos
evoluir enquanto cidadãos, nós, aos poucos, vamos reerguendo nossa autoestima, e
essa Copa do Mundo foi a grande prova de fogo a que fomos submetidos. Graças a
ela, hoje nós não nos reconhecemos mais somente nos naqueles defeitos, mas também
nas muitas qualidades que possuímos, postas a prova diante dos olhos do mundo.
Um comentário:
Olá Luciano, bom dia
Preciso falar com vc em mensagem, seria possível?
meu e-mail é: joazfs@ibest.com.br
Att.
Joáz
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